O sistema olfatório e a Aromaterapia

Para compreender como a aromaterapia funciona através dos efeitos dos óleos essenciais, devemos ter uma noção de dois processos fisiológicos básicos: o funcionamento do sistema olfatório e a absorção das moléculas de óleo essencial pelo organismo.

O olfato é o resultado da interação físico-química entre as moléculas voláteis do ar que respiramos e os receptores olfatórios. O epitélio olfatório é extremamente sensível, constituído por mais de 20 milhões de terminações nervosas. Um numero mínimo de moléculas odoríferas são suficientes para estimulá-lo, produzindo a sensação aromática. Esses receptores transformam a informação olfatória em uma linguagem especial, denominada impulso elétrico nervoso, compreendida e interpretada pelo cérebro humano como cheiro.

A sensação do cheiro ocorre quando a mensagem é recebida pelo hipotálamo, glândula mestra do sistema nervoso central. Este age como uma central de transmissão, enviando a mensagem odorífera para outras partes do cérebro, como a glândula pituitária, que então continua a cadeia de retransmissão enviando mensagens químicas para a corrente sanguínea, o córtex olfatório, que auxilia a distinguir os aromas, o tálamo, que ajuda a associar a mensagem aromática com funções específicas, o neo córtex, que analisa o aroma, relacionando-o com os outros sentidos, o sistema nervoso central, que estimula o pensamento consciente.

Todo esse processo ocorre em menos de 1 segundo. Neste ínfimo instante já responderemos aos odores de forma emocional e intelectual. O olfato humano possui a percepção média de 10 mil odores diferentes, sendo o olfato, o sentido que mais cedo amadurece. O bebê, nos primeiros dias de vida, reconhece a mãe pelo cheiro. Porém decai na idade adulta devido ao desuso e pela exposição permanente a cheiros sintéticos, agressivos e poluição ambiental.

Alguns autores como Robert Tisserant afirmam que o aroma excitante do grapefruit e da sálvia sclarea estimulam o tálamo secretar encefalinas, analgésicos naturais que também induzem o corpo a sentir uma sensação de bem estar geral. Acredita-se que o aroma afrodisíaco do ylang ylang estimula a pituitária a secretar endorfina e outros hormônios na corrente sanguínea que irão estimular a libido. Acredita-se também que o aroma sedativo da manjerona estimula uma área do sistema límbico denominada de núcleo da rafe, que desencadeará uma reação onde o resultado será a secreção de serotonina, que auxilia o sono.

Agora que vimos como funciona, é fácil entender como os Óleos Essenciais podem amenizar e até mesmo solucionar aqueles pequenos probleminhas do dia a dia. Com algumas dicas fáceis e simples de serem aplicadas poderemos restaurar o equilíbrio corporal e estabilizar as emoções.

A seguir, algumas dicas práticas para colocar à prova esta aula de fisiologia!

Para uma noite de sono reparador: pingue 2 gota de óleo essencial de manjerona no travesseiro e 2 gotas de lavanda nos lençóis;

Para reenergizar e aumentar a concentração: pingue 2 gotas de óleo essencial de hortelã pimenta nos pulsos, friccione-os e inale profundamente;

Para amenizar dor de cabeça e enxaqueca: pingue 1 gota de óleo essencial de menta brasileira nas têmporas, e 2 gotas de óleo essencial de pimenta preta na cervical. Massageie suavemente a região.

Para aquecer o corpo e pés frios: dilua 10 gotas de óleo essencial de eucalipto glóbulos em 01 colher de sopa de leite de coco e adicione à água quente do escalda pés;

Aromatização ambiental acalentadora para a hora do parto: pingue no difusor de aromas ambiental 4 gotas de óleo essencial de lavanda, 3 gotas de sálvia sclarea, 2 gotas de ylang ylang e 2 gotas de manjerona;

Spray Para assepsia ambiental em épocas de frio e umidade: misture 50ml de água deionizada e 50ml de álcool de cereais, adicione a essa mistura 10 gotas de óleo essencial de limão siciliano, 6 gotas de anis estrelado, 10 gotas de copaíba, 5 gotas de eucalipto glóbulos e 10 gotas de Pinho da Sibéria.

Fricção reguladora dos hormônios femininos: pingue 3 gotas de sálvia sclarea e 1 gota de anis estrelado na plantas dos pés e friccione pé com pé.

Referências:
Faucon M. Traité D’Aromathérapie Scientifique et Medicale Les Huiles Essentielles. (3 ed.). Paris: Éditions Sang de la Terra; 2017.

Um comentário

  • Osmaria

    Muito bom artigo, obrigada por compartilhar

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